Quando o meu filho atinge meu limite, por Priscila Lambach


Ninguém gosta de perder a cabeça. Não importa em qual situação, lugar ou momento, isso é sempre ruim.


Quando não conseguimos nos controlar, agimos por impulso e depois olhamos para trás e percebemos que nossa reação poderia ter sido diferente, dá um aperto no coração!

Nenhum de nós é robô, trabalhando no automático. Há momentos em que o autocontrole falha. O copo transborda, o sangue sobe.

Conversando com 21 mães, perguntei o que as tirava do sério, e o que faziam para se acalmar.
As respostas foram bastante parecidas. A situação mais caótica e “campeã” entre as mães foi a birra em local público.

Sem dúvida é horrível presenciar essa cena. Criança gritando, deitada no chão; adolescente que sai batendo em tudo; qualquer que seja a manifestação desse tipo, deixa qualquer um desconfortável. Até mesmo as pessoas mais calmas, se abalam.

Em segundo lugar, foi eleita a mudança de comportamento com familiares e amigos. Situação em que a criança passa a falar mal de você na presença dos outros. Isso coloca você “para baixo”, “denuncia” suas atitudes mais insensatas, fala que você disse o que não disse, apenas para citar alguns exemplos.

Já presenciei muitos (muitos mesmo) casos em que o namorado e/ou namorada fica difamando o outro em um evento e, até mesmo entre adultos, essa situação é constrangedora. Acho super desagradável! Tem o efeito rebote: passo a admirar menos a pessoa “delatora”, pois ninguém precisa rebaixar o outro para se sobressair. Ainda mais alguém por quem se tem carinho ou afeto.

Desobediência também tira qualquer um do sério.

As mães disseram que detestam precisar repetir a mesma coisa milhares de vezes, e se sentem desrespeitadas quando os filhos parecem não ouvi-las.

Realmente, o mundo “perfeito” seria aquele em que todos fizessem as suas vontades sem magoar ninguém, não é mesmo? Ou, as coisas podiam ser como antigamente, em que um olhar paterno ou materno bastava para impor limites. Mas, não é bem assim.

Muitas vezes, a criança não se dá conta de que está desrespeitando as regras. Precisamos, nessas horas, parar para refletir o motivo dessa desobediência. Ocorre que as vezes o filho não entendeu bem o comando que você deu, o pedido que você fez: a mensagem não estava clara para ele. Ou, simplesmente, a criança não estava de acordo com a ordem recebida, que lhe foi imposta de cima para baixo, sem espaço para argumentação. Cabe sempre conversar.

A agressão também apareceu entre as angústias maternas. A importância dessa atitude nos leva a refletir sobre alguns fatores. Um deles é a faixa etária do pequeno.

Crianças que ainda não possuem o domínio da fala, podem morder, bater, chutar, por não conseguirem se expressar em palavras. É a maneira que elas encontram de mostrar que estão em desacordo. Sem dúvida, é necessário dizer que aquele comportamento não é aceitável com voz firme e segura. Não é porque o filho é pequeno que os acessos de raiva devam ser ignorados.

Nunca é cedo para impor limites, não é mesmo?

E o que essas mães fazem para se acalmar nessas situações por elas vivenciadas e que as tiram do sério?

O mais interessante é que praticamente TODAS responderam a mesma coisa: respiram fundo!

Contam até 10 (dez), afastam-se momentaneamente da situação para não explodir, vão ao banheiro respirar, chorar, se descabelar. Algumas pedem ajuda a Deus, elevando uma prece. A grande maioria precisa desse tempo sozinha para se recompor. Nenhuma mãe quer perder a cabeça. Essa pausa para evitar uma situação indevida, e que talvez possa ser motivo de arrependimento (o que por certo virá), parece funcionar brilhantemente.

Foi unânime! O que fazer quando o filho atinge seu limite? As próprias mães chegaram à resposta. O melhor é algo que universalmente pode e é feito: RESPIRAR!

Por  Priscila Lambach  ( Pedagoga / Mestra em Psicologia da Educação )

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