Mitos e verdades da educação bilíngue

Apesar da busca crescente dos pais pela formação bilíngue, ainda há muitas dúvidas sobre esse formato de aprendizagem.
As vantagens de dominar um segundo idioma com fluência, considerando um mundo no qual não há mais nenhum tipo de fronteira, são amplamente conhecidas e indiscutíveis. Por isso, é cada vez maior a procura dos pais por colégios bilíngues como uma alternativa para que as crianças aprendam um outro idioma de forma natural e eficiente.
Mas ainda há muitas dúvidas com relação ao bilinguismo infantil, devido à falta de familiaridade e de conhecimento sobre o tema por parte de pais e educadores no Brasil. Para Lady Christina Sabadell, diretora geral do Pueri Domus (que tem mais de 20 anos de experiência em educação bilíngue), “as crianças podem aprender dois idiomas ou mais na infância, mas é importante que os pais conheçam a metodologia da escola e conversem com os educadores para eliminar todas as dúvidas e qualquer mito que, muitas vezes, é fruto apenas de um preconceito linguístico, sem nenhum fundamento técnico”, afirma. Ela esclarece abaixo as dúvidas mais comuns com relação a esse tipo de aprendizagem:

O aprendizado do idioma em uma escola bilíngue é mais efetivo do que em uma escola de inglês?

De acordo com uma pesquisa do site de busca de empregos Catho divulgada em 2016, menos de 3% da população brasileira tem fluência no idioma inglês, mesmo o Brasil sendo o país com o maior número de escolas de inglês no mundo. Isso acontece porque geralmente os cursos nessas escolas são caros e muito longos, resultando em um processo lento e com alto índice de evasão. Na escola bilíngue, a carga horária de exposição ao idioma é maior e o aprendizado é integrado às áreas de conhecimento e ao cotidiano, tornando-o mais fácil e efetivo.

O aprendizado de um segundo idioma na primeira infância pode gerar algum problema de alfabetização na língua materna?

Inúmeras pesquisas já provaram que a aprendizagem de duas línguas de forma simultânea não atrapalha o desenvolvimento cognitivo ou linguístico das crianças, cujo cérebro tem capacidade para acomodar todas essas informações. Muito pelo contrário: um estudo divulgado pela Universidade de York, no Canadá, constatou que, além de melhorar a concentração, falar duas línguas desde cedo ajuda a potencializar as conexões nervosas, fazendo com que as crianças cresçam com habilidades cognitivas mais desenvolvidas. O processo de alfabetização de uma criança para um ou dois idiomas possui os mesmos estágios; portanto, desde haja exposição, interação e estímulo em ambas as línguas, as crianças conseguem utilizá-las com naturalidade de forma simultânea.

Apenas crianças que ainda não iniciaram o processo de alfabetização podem entrar em uma escola bilíngue?

Crianças de qualquer idade podem entrar em uma escola bilíngue – há processos de adaptação para os mais variados casos, em todas as idades. Mas claro que, quanto mais cedo ela aprender o idioma, melhor será sua evolução. Crianças a partir dos dois anos já estão aptas para o primeiro contato com o segundo idioma. O programa linguístico da escola deve ser adequado ao nível cognitivo de cada faixa etária, com exposição do idioma de forma lúdica e dentro de um cenário que faça sentido para cada idade. Dessa forma, o aprendizado será natural e orgânico.

Os pais terão que falar inglês em casa com os filhos?

Para as crianças, a comunicação em dois idiomas é natural, ou seja, não há problema algum em continuar falando português com os filhos, mesmo que eles estejam estudando em uma escola bilíngue. Mas caso queiram, os pais podem reforçar o idioma por meio de brincadeiras, jogos e músicas.

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